domingo, 2 de setembro de 2007

Rurrenabaque

Rurrenabaque deu me um gozo especial. Por duas razoes: em primeiro lugar porque e dificilimo chegar ca, e em segundo lugar porque teve um sabor a descoberta. Antes de chegar a este continente nunca tinha falado com ninguem que ca tivesse vindo. Descobri este lugar atraves do Lonely Planet mas, em verdade, nao e assim uma grande descoberta porque o Parque Nacional Madidi e um dos highlights da America do Sul. Pesquisei fotografias na internet e a informacao que se encontra desde Portugal nao e muita. Ao contrario da maioria dos destinos em que as vezes quase conseguimos fazer uma visita virtual, sobre Rurrenabaque pouco se encontra. Falei com os demais e a ideia ficou em stand by, ficamos de nos informar quando chegassemos a Bolivia, e foi o que fizemos e uma oportunidade boa surgiu e, felizmente, todos concordamos em ir o que as vezes nao acontece e nesse caso nao teriamos chegado a saber o que tinhamos perdido.
Como disse, nao e facil chegar a Rurrenabaque, vila a que decidiram chamar cidade onde as motas enchem as ruas com uma media de tres passageiros por media. Chegamos a ver uma familia de cinco pessoas na mesma mota, foi mais uma daquelas que ficou por tirar e que ficam na minha memoria.
Das duas uma, ou se apanha uma avioneta, a que decidiram chamar aviao, onde cabem apenas 18 pessoas, demora 45 minutos e que descola desde La Paz para depois comecar a descer rumo a Rurrenabaque sobrevoando os andes e a selva para finalmente aterrar numa pista de relva ou se apanha o autocarro que representa a viagem mais perigosa da Bolivia, 18 horas de sofrimento em estradas de terra e pedras com ravinas a espreitar a cada curva. Alem disto, so saem 3 voos diarios que em 30% das vezes sao cancelados porque de cada vez que chove e a relva se molha, perdem se as condicoes para aterrar em seguranca neste Aeroporto de um so edificio.
Aterrar em Rurrenabaque e como ser transportado para o cenario de um filme do Vietname, ou de uma novela brasileira com fazendas em que a riqueza se conta em cabecas de vaca ou ainda de um qualquer pais da africa que ainda nao conheci.

As duas atraccoes principais sao o pampas tour e o jungle tour, que foram confundidos, se nao estou em erro, com a pampa e selva argentina num dos comentarios. Nestas bandas, quando falam da pampas tour, tentam falar daquilo que os meus olhos viram e vos tentei mostrar da maneira possivel nas fotografias dos posts anteriores. Para nos tugas, aquilo ja e selva que chegue e, mais uma vez, sao precisas 3 horas num jeep muito desconfortavel para chegar a vila de Santa Rosa, onde se apanham os barcos que tipicamente pairam sobre o Yacuma.
Sao tres dias num campsite fabuloso, com camaratas para os mais poupados e cabanas duplas para os mais romanticos, com um spot de redes onde descobri as mil e uma posicoes de conforto duma rede e uma cozinha de onde saem autenticos manjares dos deuses. Foram os tres dias em que comemos melhor, a todas as refeicoes do dia.
Chega se a todo lado atraves do rio Yacuma, que me fez lembrar as imagens dos rios do pantanal brasileiro. Nas margens, animais de varias especies coabitam em harmonia: jacares, crocodilos, aves de varias especies, capivaras e macacos. Sao tres horas ate se chegar ao campsite onde um lanche agradavel e a surpresa do cenario nos espera.
Depois ha varias actividades: escutar o amanhecer da natureza e o ruido dos insectos e o cantar dos passaros e ver o nascer do sol, pescar piranhas e ir durante cinco horas procurar cobras e anacondas de botas ate meio da canela em riste para depois nos afundarmos ate ao joelho nos terranos pantanosas onde a natureza mandou que as cobras vivessem. Apanhamos duas e peguei nas duas, algo que nunca pensei fazer. Essa e uma das coisas boas quando estou a viajar, arrisco me a coisas a que normalmente nao me arriscaria. Quando o Domingos, o guia sobre o qual provavelmente mais tarde irei falar, se decidiu a noite a apanhar um jacare pequeno para o vermos de perto, jamais adivinharia que eu lhe pegaria. Um misto de panico e de excitacao que a pouco e pouco vai desaparecendo e dando lugar a mais tranquilidade, tanto do meu lado como do animal.

E assim se passam os dias em rurrenabaque, a descansar e a comer bem, a ver a natureza e a aprender o que ha para aprender com ela. A opcao que deixamos para tras, o jungle tour, consiste em ir para o parque nacional madidi, atraves do rio Beni. Neste, entramos ja na selva amazonica e a vegetacao e muito mais densa, assim como os mosquitos. Quando so se tem tres dias consegue ver se menos animais, mas quando se tem muitos encontra se os mesmos que em Yacuma e outros, como jaguares por exemplo. Para escolher basicamente fomos falando com pessoas que ja tinham feito os dois tours e a opiniao era unanime: para quem so tinha 4 dias para gastar, mais valia conhecer o Yacuma e deixar o madidi para uma proxima vez.

Se vos disser que tudo isto, voos e tour com 3 dias de alojamento, transporte e alimentacao incluida, custou 150 dolares, e se virem as fotografias abaixo, espero ter dito o suficiente para vos ter convencido a vir aqui quando estiverem pela Bolivia.

Se nao, voces e que perdem.

A Mariana faz hoje anos e para comemorar fomos ao melhor restaurante de Rurrenabaque jantar e beber copos. DEpois ainda demos uns passos de danca no club mais local onde ja estive, onde eramos os unicos turistas. Enganaram se a marcar o nosso voo pelo que so vamos embora amanha, dia 3. Ate la, vamos aproveitar o clima de VErao que ca se sente, numa piscina com vistaca para a cidade e aproveitar o dia em que a Mariana faz 22 anos para descansar.
De La Paz, apanhamos o autacarro para Potosi

2 comentários:

cegah disse...

Estou em Marrocos com meu pai que faz tambem hoje anos e vi tambem hoje uma familia que se fazia transportar em cima de uma motocicleta a que resolveram chamar mota. Iam numa estrada de duas faixas e meia que de vez em qundo se transformava numa autoestrada de seis faixas mas sem bermas. Foi num destes vezes em quando que ao olhar pela janela da carrinha vi um puo dizerme adeus de cima do volante de uma motoreta com a cabeca encaixada no queixo do pai enquanto o seu irmao tirava macacos do nariz ao colo da mae que se sentava de lado atras do marido. Nenhum tinha capacete. Alias o pai tinha mas ia-lhe apenas a proteger o cotovelo.
Abrcos e bjs a tds.
Parabens pao-com-queeeeeijo

Pedro C Branco disse...

Grande Costa,

A partir de Portugal te envio um forte abraço! Espero que te estejas a divertir e a cultivar! o Blog está perfeito(grande fotoreportagem! Especialmente a fotografia da águia).

Moca