Em busca do vale encantado

Sem sabermos bem ao que iamos saimos de Arequipa e, subindo acima dos seus mais de 2000 metros, serpenteamos estradas e montanhas em direccao a pequena vila de Chivay, enquanto nos afastavamos dos tres vulcoes que rodeiam a cidade branca. Chivay e um lugar alegre, em que tanto criancas como velhos enchem as ruas e lhe dao um encanto especial, quer nos mercados mais agitados como nas ruas mais solitarias. Ali, a mais de quatro mil metros de altitude, onde cada passo nos leva todo o oxigenio dos pulmoes, tudo me pareceu mais distante do que nunca. Nao me lembro de me ter sentido tao longe de tudo aquilo que representa o meu mundo. No caminho encontramos paisagens em tons de verde, amarelo, cinzento, castanho e azul e cruzamo nos com vacas, alpacas, lamas, burros, caes e condores. Pisamos estradas de terra e outras de alcatrao e, sem termos nocao de isso, dirigimo nos a um dos lugares mais fantasticos onde ja tinhamos estado. O canion del colca e o voo dos condores foram o momento alto dos dois dias que, por si so, fizeram com que tivesse valido a pena ter saido do hostel. Foi um tour demasiado turistico, onde nos acabou por ser imposto onde, como, e por quanto tempo parar mas foi este o preco a pagar para ver as inesqueciveis vistas que de outra forma jamais teriamos visto. Infelizmente, encontrei no caminho algumas falsas genuidades. Criancas que, sabendo dos seus ares, pediam soles em troca do fotografias. Maes que exploravam esses sorrisos. Em cusco, cidade incrivelmente bonita onde agora estou, encontrei o lugar mais turistico onde ja parei. Sinto falta da genuidade dos peruanos que tenho encontrado. Aqui, tudo e trabalhado. Senti me mais gringo que nunca. Mas, mais uma vez, esse vai ser o preco a pagar para vermos aquilo que nao podemos perder. Saimos amanha as 8 da manha para o sacred valley para no dia seguinte, logo de madrugada, alcancarmos machu pichu.